Arcadismo

    O Arcadismo é uma escola literária surgida na Europa no século XVIII, razão por que também é denominada como Setecentismo ou neoclassicismo. O nome "Arcadismo" é uma referência à Arcádia, região bucólica do Peloponeso, na Grécia antiga, tida como ideal de inspiração poética.
    A principal característica desta escola é a exaltação da natureza e de tudo o que lhe diz respeito. Por essa razão muitos poetas do Arcadismo adotaram pseudônimos de pastores gregos ou latinos. Caracteriza-se ainda pelo recurso a esquemas rítmicos mais graciosos.
    Numa perspectiva mais ampla, expressa a crítica da burguesia aos abusos da nobreza e do clero praticados no Antigo Regime.
    Adicionalmente os burgueses cultuam o mito do homem natural em oposição ao homem corrompido pela sociedade, conceito originalmente expresso por Jean-Jacques Rousseau, na figura do “bom selvagem”.

    O Arcadimos apresenta as seguintes características:

Bucolismo

Pastoralismo

Fugere urbem: fugir da cidade para o campo

Aurea mediocritras: harmonia campestre ¹

Presença da mitologia: Zéfiros (representação dos ventos agradáveis)

Linguagem simples e direta

Forma: soneto (2 quartetos e 2 tercetos)

¹ última estrofe: o sujeito lírico diz que a beleza da natureza não tem sentido se o amor não for correspondido.

 Bocage

     Arcadismo Convencional, Pré-Romantismo. Presença de pessimismo, confessionalismo, atração pela morte, ambiente noturno, macabro.

Arcadismo Brasileiro

    Século XVIII, em Minas Gerais, Vila Rica (Ouro Preto). Ocorreu durante o Ciclo da Mineração, durante a Inconfidência Mineira.

    Teve como princial escritor Tomás Antônio Gonzaga.

Tomás Antônio Gonzaga:

    Foi ouvidor em Vila Rica, e escreceu "Marília de Dirceu"

-Dirceu: pseudônimo de Tomás António Gonzaga, um pastor, dono de uma fazenda que vive feliz com sua amada Marília. (Clichês árcades: Bucolismo, locus amoenus, fugere urbem, Pastoralismo)

-Marília: pseudônimo de Maria Dorrotéia.

Marília de Dirceu:

-1ª Parte: escrita enquanto o poeta vivia em Vila Rica com a amada Maria Dorotéia; o texto mostra felicidade, harmonia e os clichês árcades

-2ª Parte: escrita na prisão no Rio de Janeiro; ela tras um sentimentalismo maior: saudade, injustiça, confessionalismo mais sincero.

    A crítica diz que a 2ª parte da obra é pré-romântica pois se aproxima de alguns traçados do Romantismo.

Cartas Chilenas:

    14 epístolas (cartas) longas escritas em versos decassílabos brancos (sem rima). Em linhas gerais tecem críticas irônicas sobre o governador de Minas Gerais (Antônio de Sousa Menezes - pseudônimo: Fanfarrão Minésio).

    Remetente: Critilo --- Tomás A. Gonzaga

    Destinário: Doroteu --- Cláudio Manoel da Costa